Um dia na vida de algumas pessoas em Recife. A cena inicial é com Lígia (Leona Cavalli, brilhante no filme) acordando em seu quarto nos fundos do Bar Avenida e fazendo um monólogo que termina com "E eu não ter encontrado alguém que me mereça. Só se ama errado. Ah! Eu quero é que todo mundo vá tomar no cu". O próximo a aparecer é Isaac (Jonas Bloch) - traficante e necrófilo - no seu carrão amarelo. Ele mora no Texas Hotel, onde trabalha o cozinheiro Dunga (Matheus Nachtergale), um homossexual que vive aprontando pra conseguir 'intimidades' com o açougueiro Wellington Canibal (Chico Diaz), casado com a evangélica super-carola Kika (Dira Paes). É ela quem ouve, do próprio diretor (Cláudio Assis) fazendo ponta como transeunte numa das cenas de rua, que "o pudor é a forma mais inteligente de perversão", uma das várias frases de impacto da película. No hotel, há ainda a ex-prostituta Aurora, uma velha gorda que sofre de asma e usa seu nebulizador no rosto e nas partes pudendas. O dono é seu Bianor, velhinho gente boa. O padre da cidade é desesperançado, vive numa igreja abandonada, só recebe "visitas" de cachorros e faz algumas refeições no Texas hotel. É ele quem diz "O ser humano é estômago e sexo". Essas vidas se entrelaçam em cenas violentas e/ou escatológicas.
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